Devo emprestar meus livros?

  Olá, amores! Hoje eu vim falar de um tema que é muito recorrente na vida dos leitores: o eterno dilema se devemos ou não emprestar nossos livros. Clique em LEIA MAIS para ver o que eu acho e minha dicas sobre o assunto.

 Eu tenho cerca de 320 livros em casa, não dá para deixar isso passar despercebido, sempre que alguém vai lá em casa e vê minha estante é instantâneo: me pedem um livro emprestado. Nesse momento eu tenho dois sentimentos:

1. Felicidade em constatar que a leitura está se tornando algo mais popular e recorrente na vida dos brasileiros.

2. Receio em colocar a integridade do meu "queridinho" nas mãos de uma pessoa que eu não sei se confio.

 Na maioria das vezes a minha resposta é sim, acompanhada de um sentimento de medo. Exceto em três casos (que você também deveria levar em conta),  NUNCA EMPRESTO MEUS LIVROS PARA:

1. Pessoas que já emprestei e não teve uma boa experiência. Eu vou falar agora uma coisa se serve pra empréstimos de livros e pra vida: não permaneça no erro. Se você teve uma experiência ruim com aquela pessoa, NUNCA MAIS CONFIE A VIDA DE SEUS BEBÊS A ELA. Se ela arruinou a primeira chance que você deu, vai arruinar todas as outras.

2. Pessoas que não cuidam muito bem de suas coisas, pois, ora bolas!, se eles não tratam bem suas coisas, quem dirá as minhas! Quando alguém vem me pedir um livro emprestado eu abro uma espécie de arquivo na minha cabeça onde consta o histórico daquela pessoa. Se eu percebo que ela é desleixada com suas coisas, largada e etc, invento as desculpas mais mirabolantes para não emprestar o livro.  

DESCULPAS QUE VOCÊ PODE USAR PARA NÃO EMPRESTAR SEU LIVRO:

* Poxa, minha prima Mirazinha pediu esse livro emprestado ontem mesmo! Sabe como é, né?! A gente tem que dar prioridade a quem pediu antes.

* Cara, nem vai dar pra eu emprestar, meu livro vai fazer um intercâmbio na África próxima semana, vai passar um ano fora (e cruza os dedos pra, no próximo ano, a pessoa não lembrar de pedir de novo)

TIPOS RECORRENTES DE EXPERIÊNCIAS RUINS:

* O livro voltar danificado. 

Não adianta, sempre tem uma experiência dessas, a gente sente um aperto no coração acompanhado de uma vontade de matar o dito cujo que foi cara-de-pau o suficiente para estragar uma coisa que nem mesmo é sua. Isso, inclusive, mostra muito da personalidade dessa pessoa. Eu já começo a xingar mentalmente, chamar de irresponsável e jurar que NUNCA MAIS irei confiar nele pra nada. 

Uma história pessoal (sempre tem): uma vez eu emprestei um livro para uma prima (aaah, a família!) . Ela veio buscar o livro na minha casa, toda educada, pediu o livro em um tom de voz mais baixo que o usual, se eu dissesse que não me sentiria uma monstra! Pra pedir é sempre tudo ok, mas pra devolver... Tive que ir buscar o livro na casa dela, sendo que em uma das vezes eu fui e não consegui pegar (MEU PRECIOSOOO) porque ela tinha emprestado para uma amiga. PARA UMA AMIGA. Meu mundo parou, COMO ELA EMPRESTOU UM LIVRO QUE NEM ERA DELA SEM O CONSENTIMENTO DA DONA? E o pior; a amiga morava em outra cidade! Eu fiquei com vontade de ir na cozinha da casa dela e a ameaçar com uma faca até ela ir na casa dessa tal menina buscar meu filhote. Mas simplesmente calei-me, dei um sorriso amarelo e fingi que estava tudo bem, só pra não perder a educação. Também, da outra vez que fui na casa dela para (finalmente!) buscar a obra estava pesando seriamente em chamar a polícia para me escoltar, só pra evitar eventuais desastres. 

* A pessoa demorar uma vida para devolver. 

 Aí é tenso, todo dia você pergunta pra pessoa: "Fulaninho, cadê meu livro?" e ela sempre diz que vai trazer, mas nunca traz. Tem uma hora que já fica feio, você cria um clima tenso de tanto cobrar e a pessoa NUNCA entregar. Em último caso faça o seguinte: apareça na casa dela de surpresa, diz que estava só passando por ali e lembrou do livro que estava em sua residência, daí teve que ir buscar. Aí eu me lembro de uma história...

 Uma história pessoal (sempre tem): eu fiz exatamente isso, fui na casa da pessoa na cara dura (por isso que você sempre precisa saber nome, endereço e CPF da pessoa pra quem vai emprestar) pra pedir meu livro. De cara eu tomei um susto, porque ela não sabia onde estava, entrei em pânico achando que tinha perdido meu bebê, mas aí ela achou... Ah se ela achou... E sabem onde? SABEM ONDE? DEBAIXO DA CAMA!!! Hahahaha, tá vendo gente? Com uma coisa dessas eu quase paro na UTI. Vejam só como minha vida é sofrida!

* A pessoa nem mesmo devolve. 

Nesse caso é feio, eu nem teria mais coragem de olhar na cara, nunca aconteceu comigo, mas se um dia acontecer eu juro que dou uma queixa na polícia. Acuso de homicídio culposo, mas não fico sem meu livro.

 Mas bora melhorar essa atmosfera porque a coisa ficou pesada! Passadas todas essas situações, você já emprestou seu livro (não sem antes fazer uma ameaças, um drama básico e muitas chantagens) e ele volta bem, pra completar a pessoa ainda chega e te agradece, diz que adorou a história. Aí gente, não tem preço! Você se sente feliz, sente que está espalhando por aí hábitos saudáveis de leitura e sente que, apesar dos pesares e de todos os miniataques cardíacos, valeu a pena.