Resenha - Cinderela Pop

Livro: Cinderela Pop
Autora: Paula Pimenta
Páginas: 189
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501103581

A versão estendida do conto publicado em "O livro das princesas". Cintia é uma princesa dos dias atuais: antenada, com opiniões próprias, decidida e adora música. Essa princesa pop morava com os pais em um castelo enorme de onde via toda a cidade. Todas as noites, ela olhava pela janela, de onde ficava admirando a vista e sonhando com um príncipe que ainda não conhecia. Porém, um dia, o castelo de Cintia desmoronou e com ele tudo à sua volta. Com a separação dos pais, ela vai morar com a tia, se afasta do pai e, principalmente, deixa de acreditar no amor.
Ela só não contava com um detalhe. Havia mesmo um belo príncipe encantando em sua história. E tudo o que ele mais queria era descongelar o coração da nossa gata (nada) borralheira!

 Não é novidade para ninguém que eu amo a Paula Pimenta, adoro suas histórias e sempre que sai uma nova fico louca pra ler. Mas a verdade é que, mesmo um autor sendo um de seus favoritos, ainda existem pontos em um livro que ele escreve que você não concorda. No caso da Paula, um ponto que me desagrada um pouco é o romance muito idealizado.

 Primeiro eu li Princesa Adormecida e gostei da história, da forma que ela fez a releitura, mas achei o romance um pouco fraco. Eu identifiquei o mesmo probleminha: o par romântico da protagonista é muito perfeito. Entendo que essa é uma releitura de contos de fadas, onde tudo costuma ser muito idealizado mesmo, mas dava para fazer um personagem um pouco mais humano, mais falho. É isso que me faz crer em uma história: um pouco mais da parte humana dos personagens, até porque a gente sabe que, na vida real, estamos longe de termos príncipes encantados de verdade.

 Bom, mas eu gostaria de falar a única coisa que me incomodou no livro primeiro, porque a partir de agora são só elogios! Adorei a forma que a Paula contextualizou a história, trazendo cada elemento do conto original de uma forma moderna e divertida. Todos os elementos estão lá, e isso é muito importante para que a proposta não se perca.

 Nós nos envolvemos com a história da protagonista, Cintia. Ela é uma menina desacreditada no amor, é fácil se identificar com ela e torcer pra que tudo dê certo no final. Vi uma adolescente normal na personagem, com defeitos e qualidades, o que a aproxima mais do público-alvo. Mesmo eu querendo, muitas vezes, entrar na trama e falar poucas e boas na cara dela por ser tão ingênua.

 O pai de Cintia e sua madrasta nos dão ódio, nesse quesito a Paula conseguiu criar uma vilã bem odiável em cima de uma situação bem comum nos dias de hoje.

 O romance, como já citei, me desagradou um pouco por toda essa perfeição exagerada do mocinho. Exclusivamente por isso, o achei muito sem graça. Apesar de ter sido inevitável torcer para que os dois ficassem juntos de uma vez.

 Gosto da forma que a Paula consegue contar histórias sobre um público já saturado, mas de uma maneira diferente e mais próxima deles. Ela mostra o lado mais real desse universo e é isso que cativa tantos leitores. Acho que é inevitável comparar essa obra com outros livros dela, em termos de identificação e outras coisas, eu me envolvi menos com essa história, mas creio que isso se deu pelo número menor de páginas. 

 A edição da Galera está incrível. Eles tiveram todo o carinho e cuidado para fazer a arte, a capa está incrível, com cores harmoniosas e o desenho dá uma ideia de movimento. Sem falar que todos os elementos da história estão ali. Por dentro o livro dá um show maior ainda de diagramação e detalhes bem trabalhados.

 Em suma, recomendo Cinderela Pop como uma leitura leve, divertida e descontraída. A escrita da autora é gostosa, a história é bem escrita e envolvente. Uma releitura bem contextualizada de uma história que muitos poderiam considerar "batida". 

QUOTES:

"Você sabe o que penso sobre amor. Simplesmente não existe, é uma coisa que os filmes e livros colocam na cabeça das pessoas e todo mundo sai acreditando, desejando tanto que aconteça, que acaba se apaixonando pelo primeiro ser humano que passa pela frente. simplesmente porque a pessoa sorri, ou é educada, ou..."

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