Sobre narrativa epistolar e cartas na era moderna

 Olá, gente. Hoje eu resolvi falar de um tema diferente, que vai além dos livros. Basicamente, o post de hoje gira em torno das cartas, recurso este que, infelizmente, tem entrado cada vez mais em desuso. Clique em CONTINUE LENDO para saber mais.

 Eu fico imaginando como deve ser legal ficar esperando a chegada de uma carta, de saber que alguém decidiu gastar algum tempo escrevendo para você, nem que tenha sido poucos minutos. Mais bacana ainda deve ser escrever para alguém que gostamos, traduzir o que sentimos em palavras, caprichar na letra e saber que aquela pequena correspondência guarda tanto de você mesma, que ela percorrerá determinada distância e chegará até as mãos do destinatário.

 

 Saber se que alguém realmente se importou o suficiente para passar por todas essas etapas e me enviar uma correspondência é realmente fabuloso, ter certeza de que alguém se interessa a esse ponto é mais ainda. Acredito sim que a comunicação rápida facilita muito as coisas, mas creio também que tantos outros costumes primordiais e, se me permitem dizer, muito interessantes, estão se perdendo. Se desgastando.

 

 E é aí que os livros entram, em momentos em que cartas são muito pouco enviadas, eu uso a ferramenta da literatura para me lembrar do quão gostoso é esse meio de comunicação. A chamada narrativa epistolar, onde toda a trama é contada através de cartas.

 

 Querida Sue foi minha leitura mais recente desse tipo, extremamente deliciosa! O livro traz muitas mensagens lindas e uma história de amor que começou escrita, mais especificamente por cartas. Um romance belíssimo, que, inclusive, reforça o romantismo desse meio de comunicação. A história se passa há um tempo atrás e alterna as datas de sua narrativa, ora de 1914 adiante, ora de 1940 adiante.

 

 Ana e Pedro Cartas é um romance moderno. Conta a história de dois adolescentes que, por indicação de uma amiga, começam a se corresponder por cartas. Um livro bastante simples, juvenil, mas com um romance singelo e real.
 

 

 O mais interessante é que a obra só se tornou possível por conta das cartas. São dois autores distintos que se corresponderam por um tempo como se fossem seus personagens até terem o livro formado. Sempre achei o processo de formação desse livro fantástico, mais até que a obra em si.

 

 

 E-MAILS

 

 Creio que essa nova ferramenta foi a substituta mais efetiva das cartas. Tiveram, é claro, as redes sociais, os novos aplicativos e modos de comunicação instantânea, mas creio os e-mails são mesmo uma espécie de carta adaptada para a realidade virtual, o modelo que mais se ajusta ao padrão da carta.

 

 Nesse formato eu li o queridinho @mor. Eu sempre elogio o livro, a inteligência dos diálogos, a perfeita construção dos personagens, entre outras coisas. A narrativa é epistolar, só que um pouco mais moderna, já que os diálogos se dão por e-mail. Lendo o livro é possível notar algumas características básicas desse meio de comunicação, mas, acima de tudo, sua rapidez e eficácia.

 

Cartas: vamos escrevê-las?



 

 Eu estou planejando escrever mais cartas esse ano, é complicado achar pessoas que tenham disponibilidade e interesse para se correponder, mas se tudo der certo o projeto vai para frente. Se alguém estiver interessado em trocar cartas comigo basta me mandar um e-mail (para gabiaraujoo@hotmail.com) avisando!

 

Bom gente, é isso.

Beijos e até a próxima ^.^