Resenha - À Procura de Audrey

Livro: À Procura de Audrey
Autora: Sophie Kinsella
Páginas: 336
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501104632

Audrey, 14 anos, leva uma vida relativamente comum, até que começa a sofrer bullying na escola. Aos poucos, a menina perde completamente a vontade de estudar e conhecer novas pessoas. Sem coragem de sair de casa e escondida por um par de óculos escuros, a luz parece ter mesmo sumido de sua vida. Até que ela encontra Linus e aprende uma valiosa lição: mesmo perdida, uma pessoa pode encontrar o amor.

 A Sophie é uma autora renomada de chick-lits, eu sempre tive curiosidade de conhecer suas obras, principalmente por gostar do gênero que ela escreve. É bem verdade que eu tenho dois livros dela aqui em casa (que AINDA não li), mas quando vi esse sendo lançado tive que solicitar e, por ser de parceria, já não tinha mais desculpas: teria que conhecer o trabalho da Sophie. Que bom que isso acabou acontecendo.

 A escrita da autora é leve, divertida, fluída, irônica e cheia de elementos que tornam a leitura bem divertida e dinâmica. Então essa história é aquela que você pega, começa a ler e, quando percebe, já está quase terminando. 

 A trama em si é ótima, a Sophie colocou um pouco de drama mais profundo e uma grande dose de humor, para balancear. E deu certo. Os acontecimentos são muito interessantes, a gente dá risada (e muita!), suspira, torce e fica curiosa, porque, obviamente, existem segredos envolvidos e vamos descobrindo-os de forma gradual. 

 Os personagens secundários são ótimos. Talvez até mais interessantes que a protagonista, além de possuírem bastante destaque, o que é maravilhoso. O irmão de Audrey, Frank, foi a melhor pessoa de toda a história. Ele é engraçado, irônico, inteligente, perspicaz, sempre encontra formas de se livrar dos problemas e acaba nos arrancando muitos sorrisos. Sem falar que ele não possui características óbvias, Frank é uma combinação de defeitos e qualidades bem inusitadas, mas que deram absurdamente certo.

 Os pais de Frank e Audrey também são ótimos personagens. Eles possuem um toque imaturo, justamente para dar mais leveza para a história (além de partes realmente engraçadas), é difícil não ler e se identificar com certas situações. Daria a eles um dos postos de melhores pais da ficção (tem o Sr. e Sra. Weasley também, claro).

 Audrey garante a parte mais dramática da história, que foi muito bem balanceada com doses de humor dos outros personagens. Ela possui um probleminha, creio que pode ser chamado de doença, mas é bacana ver sua evolução ao longo da história, a forma que ela começa a conquistar autoconfiança (o que não é fácil para ninguém, precisamos confessar). Sem falar que ela é sim uma personagem muito interessante, gostei do fato dela ser a protagonista (apesar de ainda querer um livro em que o irmão dela está com os holofotes).

 O romance é crucial no desenvolvimento da trama, além de ser, claro, muito lindo e fofo (realmente não gosto de usar esse adjetivo, mas ele é o que melhor descreve o casal). As coisas vão acontecendo aos poucos, de forma bem natural, não é aquele amor explosivo e avassalador, mas sim algo mais simples e genuíno e essa característica foi algo que me cativou. 

 A edição da Galera Record está ótima, como sempre. Não me recordo de ter encontrado erros de revisão ou tradução. Essa capa é linda, misteriosa e cheia de significado para a história de uma forma geral, então eu não poderia ter aprovado mais a escolha. O livro em si está belíssimo, não tenho motivos para reclamar.

 Em suma, À Procura de Audrey foi uma obra que me surpreendeu muito de forma positiva, uma leitura que sabe dosar humor e drama de forma ideal e nos cativa desde as primeiras palavras. É óbvio que eu não poderia deixar de recomendar para vocês e aproveitar para dizer que estou querendo ler logo aquelas duas obras da Sophie que tenho aqui em casa. Que o tempo me ajude!

QUOTES:

"Acontece que parar no meio é a pior coisa que as pessoas podem fazer. É, tipo, um comportamento passivo-agressivo, pois não se pode rebater ou reclamar do que foi dito. Tudo o que se pode fazer é rebater o que se acha que estavam para dizer." 

"Não faz ideia do que Linus pensa. Pode ser algo bom, pode ser algo ruim. Muito provavelmente, não é nada. Ele é um garoto, é melhor se acostumar com isso."
"Você pensa demais. É esse o problema." 

"A vida é tipo uma escalada: você cai e se levanta de novo. Então não importa se der uma escorregada."

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