Resenha - Todo dia

Livro: Todo Dia
Autor: David Levithan
Editora: Galera Record
Páginas: 280
ISBN: 9788501099518
Sinopse: Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

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  A - nosso protagonista- acorda em um corpo diferente a cada dia, independente do gênero ou lugar, e permance nele por 24 horas. Ele já se adaptou a essa vida e procura nunca se envolver demais com o corpo em que está habitando, até o dia em que acorda sendo Justin e  conhece a sua namorada, Rhiannon. A se apaixona por esta garota e faz de tudo para viver seu grande amor, mas sua vida não é fácil e viver um grande amor parece impossível em suas atuais condições. Porém, A fará de tudo para não deixar esta oportunidade escapar e irá embarcar em uma jornada para conquistar seu grande amor. Ao mesmo tempo ele descobre que podem existir outras pessoas como ele e, talvez, uma esperança para finalmente viver de maneira "normal".

  Este é um livro completamente singular e único. Com uma proposta original e cativante, o livro é um espetáculo a parte. Um personagem que cada dia acorda em um corpo diferente. Ele não tem sexo, cor e nem características próprias. Só se sabe que seu nome é A e que ele tem 16 anos. Não me lembro de ter visto uma premissa original assim há muito tempo, aliás, creio que nunca li nada tão original. 

 

  A cada mudança de corpo eu ansiava pela próxima, queria conhecer mais a história seguinte, os problemas de cada pessoa que A habitava. O autor foi feliz em abordar diversos temas polêmicos como drogas, suicídio e homossexualidade de maneira real, coisa que só se tornou possível pela mudança de corpos do personagem principal. O livro tem um romance, é claro. Não senti muito a química do casal, quer dizer, foi bacana e tudo, mas nada do tipo: "torço incondicionalmente pelo romance e preciso que os dois terminem juntos". Foi só um fato extremamente importante na história, mas que não causou muitas emoções em mim. Isso aconteceu, provavelmente, por eu não ter me afeiçoado muito à Rhiannon.

 

  Vi algumas pessoas comentando que não dava para saber se era um romance homossexual ou hétero, mas gente, é exatamente essa a mensagem do livro. Que nós nos apaixonamos por pessoas, não por gêneros.

 

  Apesar do romance ser o foco, existem problemas e questões que A tem que lidar. Inclusive o fato de existirem ou não pessoas como ele, pessoas que mudam de corpo todo dia. Infelizmente, o autor deixou várias questões sem resposta e lacunas na trama. Como o próximo volume será apenas o livro pela visão da Rhiannon as perguntas em aberto, provavelmente, não serão respondidas.

 

  Os personagens secundários são muito bem caracterizados, principalmente os corpos que A habita. O autor tomou o cuidado de fazer com que A habitasse pessoas de diferentes classes sociais, grupos, etnias e situações. Ele mostrou a realidade de forma abrangente, ainda que de maneira rápida.

 

  A edição da Galera Record ficou boa. A capa é muito bonita e conseguiu transmitir de maneira simbólica a situação do personagem principal. A diagramação é simples e as letras são tamanho padrão.

 

  O livro é muito bom e original como poucos. Uma boa pedida para quem está cansado de romances clichês e tramas sobrenaturais previsíveis. Apesar de alguns problemas citados anteriormente, é um livro que vale a pena ser lido.

 

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