Resenha - A morte do calouro

Livro: A morte do calouro.
Autora: Cecília Vasconcellos
Editora: Rocco
Páginas: 206
ISBN: 9788579800429
Sinopse: Autora de uma vasta e premiada obra infantil e juvenil, a carioca Cecília Vasconcellos aborda, em A morte do calouro, um tema que preocupa pais, professores e alunos a cada início de ano: os trotes violentos. No fim de uma das festas regadas à bebida, um calouro é encontrado morto e, diante da negligência da polícia, uma das alunas decide investigar o caso por conta própria.

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  Maria Eduarda é uma caloura na PUC. Em seu primeiro dia de aula ela recebe um convite para participar de uma festa organizada pelos veteranos, louca para se enturmar, aceita o convite de prontidão. Chegando lá, Eduarda percebe que a festa nada mais é que uma forma que os veteranos encontraram de reunir todos os calouros fora do ambiente escolar para realizar os tradicionais trotes, afinal a faculdade em questão havia proibido a prática, por isso ela sai da festa antes mesmo da metade. No outro dia recebe a notícia que um calouro, Mariano, morreu naquela mesma "comemoração", indignada com o fato, ela decide começar uma investigação particular para saber o que realmente aconteceu naquela festa e as causas do assassinato de Mariano.

 

  Este livro é um policial diferente. Ele é baseado em fatos reais, por isso não segue o modelo dos outros livros do gênero. O mistério principal não apresenta uma solução, afinal o caso em que ele foi baseado foi arquivado. É meio frustrante quando percebemos que o mistério principal do livro não vai ser desvendado, entretanto entendo que a finalização não poderia ser outra, afinal são milhares os casos da vida real que não tem finalização e o que baseou a história se enquadra justamente nessa categoria.

 A autora fala de um tema bastante delicado, a questão dos trotes, um problema que não recebe a atenção necessária e continua acontecendo por aí. Apesar de não ter trama complexa, a história é envolvente e prende o leitor.

 

  Maria Eduarda é forte, determinada, teimosa, introspectiva, tem pouquíssima paciência e não suporta mudanças! Me surpreendi muito porque, geralmente, as protagonistas que tem essas características me dão a sensação de algo forçado. Porém, com Eduarda, as coisas aconteceram de forma contrária.  Maria Eduarda é uma personagem real (literalmente) e talvez por isso tenha me cativado tanto. Faço questão de destacar que ao longo da trama a personagem tem um amadurecimento impressionante e totalmente natural.

 

  Todos os personagens que apareceram ao longo da história tinham sua importância e foram muito bem desenvolvidos. Cada um com características distintas e, apesar da autora não ter super aprofundado a história deles, ela soube traçar muito bem o perfil psicológico de cada um, enriquecendo mais ainda a trama e dando as informações necessárias. Entre todos o meu preferido foi Diogo, o namorado da protagonista. Há tempos não gostava tanto de um "mocinho"!  Sempre com frases de efeito, pensamento positivo e ações baseadas em teorias filosóficas, ele decididamente rouba a cena quando aparece. Jéssica faz um tipo típico: sempre foge quando percebe que a situação vai ficar "preta", porém está sempre lá quando precisam dela.
 

  A história em si não tem muitos acontecimentos, por isso a escrita da autora foi essencial para que a leitura não se tornasse maçante. Ela dosou perfeitamente as descrições e soube ser breve quando era necessário. A diagramação é simples, tem as margens bem largas e letras em tamanho padrão. Morri de amores pela capa! Ela traduz bastante da história, tem várias texturas e traz muitos elementos da trama. Perfeita!

 

  O livro, apesar de ter muitos pontos positivos, não é mais que bom. Tem uma história prazerosa e serve muito bem como entretenimento. Existem livros melhores e do mesmo gênero, mas este vale a pena ser lido.

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